sexta-feira, 16 de julho de 2010

Minha profissão

Tem gente que pensa que advogado não tem vida social. Bom, eu não penso assim, eu tenho absoluta certeza...
Nós estamos todos os dias fazendo audiências em vários lugares e depois ainda temos que retornar ao escritório para cumprir os prazos: fazer defesas recursos, manifestar-mos sobre despachos boçais, etc etc etc...
Tem gente que diz que advogado ganha bem e trabalha pouco. Por favor me apresentem esse cidadão que consegue essa mágica. Sim, porque até onde sei, os poucos que se dão a esse luxo já "ralaram" muito no passado, portanto, frágil a alegação genérica de que advogados não trabalham. Podemos, apenas e tão somente, afirmarmos que se trata de uma profissão na qual o indivíduo pode ter uma velhice tranquila, com conforto e algumas viagens que extrapolam o bolso do brasileiro comum.
Ah... isso eu posso dizer! Conheço vááááários advogados que passam o ano viajando, comprando, trocando de carro, e essa infinidade de coisas que nós, jovens, passamos anos a desejar.
Porém, posso dizer ainda, que esses também gastam boa parte de seu dia com terapias, fisioterapias, e todas as demais "ias" que nosso vil vocabulário conhece. Gastam também, boa parte do que ganharam, com remédios e mais remédios que possam lhe dar um pouco daquilo que perderam em grande quantidade quando eram jovens e buscavam crescimento profissional: SAÚDE.
Não quero me tornar uma advogada amarga e ranzinha com meus 40 anos, solteira e irritada como a maior parte das advogadas que conheço.
Preciso arrumar mais tempo para mim, estou em falta com meus amigos e lembro que a última vez que saí foi para o lançamento de um livro de Direito Desportivo do Dr. Lívio (foto abaixo). Isso mesmo, minha útima saída foi para relacionamento social/profissional!!!


Demos muitas risadas, aliviamos o estress do dia e estávamos ótimos para trabalhar no dia seguinte. E esse momento marcou demais um término de um ciclo e começo de outro. A partir deste dia passei a encarar a vida com outros olhos e a dar mais valor a tudo que ela me proporciona.

Hoje estou muito cansada, caindo de sono, e talvez não esteja escrevendo nada com nada, mas o fato é que eu sentia muita necessidade de voltar a escrever e da mesma forma que concluí que precisava trabalhar menos e dar mais atenção aos meus amigos, resolvi voltar a escrever, já que é um hobby que estava guardado no fundo de uma das gavetas da minha alma.

Não posso permitir que minhas vontades fiquem à margem do meu trabalho. Ele é importante sim, claro, pois sem ele não moraria onde moro e não frequentaria os lugares que frequento, mas de nada me adianta poder fazer todas essas coisas e não ter tempo para fazê-las ou aproveitá-las da forma que desejaria.

Decidi que ia parar de trabalhar e postar aqui, bem no meio do trabalho...

E não é que me fez um bem danado!?

Sinto uma saudade frenética de alguém que me coloco a refeltir que talvez não seja racional o que sinto.

Não sei o que está acontecendo. As palavras não traduzem sentimentos a esta altura. Esse ciclone que invadiu meu peito sem pedir licença, tampouco sem data para ir embora tem me tirado de órbita. Aliás, é um ciclone tão devastador e tão suave ao mesmo tempo, que custo a entender como é possível tamanho antagonismo.

Ou realmente tenho trabalhado demais a ponto de confundir o que eu mesma sinto, ou talvez devesse trabalhar mais ainda para pensar menos em tudo isso.

Não sei o que pensar, portanto, vou me entregar ao que sinto e... Pau no gato!!!

C'est la vie!!!

"E até quem me vê, lendo jornal, na fila do pão... sabe que eu te encontrei.."

Um comentário:

  1. Nat

    Bem vinda devolta...

    Quem dirá que tudo é tão certo diante da fragilidade da vida e dos sentimentos. Para se saber se tudo tem um rumo é preciso dar o primeiro passo e se entregar à vida.
    Não é perigoso ser feliz e sim deixar este momento passar...

    Bjus do tamanho do mundo que segue neste rumo que vc escolhe...

    Fran

    "E ninguém dirá que é tarde demais
    Que é tão diferente assim..."

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