Meus Caminhos, minhas escolhas...: julho 2009

Tenho que confessar que minha vida anda um pouco, senão muito corrida.
Meus amigos estão chateados comigo porque não ando muito presente, e tem gente que reclama que eu fico muito próxima... vai entender...

O fato é que a vida é muito engraçada. Outro dia me peguei refletindo sobre a Paulista. Isso, sobre a avenida daqui de São Paulo que é conhecida por muitos como a avenida dos alto-executivos.

Alto-executivos não sei onde, porque eu trabalho lá e não meço nem 1,70. Bom, brincadeiras à parte, não entendo porque muitas coisas acontecem por lá. Dá pra acreditar que outro dia eu estava indo pro Fórum toda atrasada para uma audiência e fui abordada, na frente da Cacau Show, por um "homem-sanduiche" que desfilava com uma placa que dizia: Se você acredita nas pessoas, acredite em você! Aqui abraço grátis". Nossa, achei aquilo hilário. Estão distribuindo abraços na Paulista. Será que está tão na cara assim que quem trabalha por lá anda muito solitário e carente?!?!

Olha, até tem sentido, porque eu tenho saído do escritório quase todos os dias depois das 20h, e isso sem falar que meu dia já começa, muitas vezes, fazendo audiência já às 8h!!! Fala sério, são mais de 12h trabalhando todos os dias. Sexta passada saí de lá às 22h (só porque meu computador travou e eu o reiniciei três vezes e não consegui fazer aquele troço funcionar), aí não teve jeito, fui embora. Acho que meu anjo da guarda ficou com dó de mim e pensou: "vou travar o computador desta pobre coitada senão ela não vai embora tão cedo".

Partindo deste pressuposto, sei que não sou a única insana que sai tarde do trabalho, tem lógica distribuírem abraços na Paulista. Assim como eu, muitos outros solitários não devem ter nada melhor para fazer numa sexta à noite do que ficar trabalhando.

Ei! Alto lá! Eu só não tenho coisas mais interessantes para fazer justamente porque só tenho trabalhado, e aí não há rol de amigos de segure a onda. Ninguém entende. E eu não os culpo.

A humanidade anda tão carente que distribuir abraços vai virar moda, e eu, um dia, vou poder dizer que presenciei o momento em que essa moda foi criada.

Outra coisa. Se todo mundo sabe que quem trabalha na Paulista está sempre correndo, por que raios esse povo insiste em fazer pesquisa??? É, só nos últimos dois meses reparei que por mais de 4 (QUATRO) vezes fui abordada por um ser humano me perguntando: "tem um minutinho pra responder algumas perguntas?" Oras, se eu tivesse um minutinho por acaso eu estaria correndo?!? Ãn?! Hein?! Dá vontade de responder isso. Mas como minha mãe sempre disse que tenho que ser educada com as pessoas, acabo me desculpando e dizendo que infelizmente não é possível. Aff, só responder isso já me atrasa mais.

Desculpe mãe, mas qualquer dia desses vou te decepcionar e mandar até o ser humano que distribui abraços catar sapo com bodoque.

Voltando ao assunto anterior, amigos, nem sei mais o que é ser amigo. Dá pra acreditar que só porque eu resolvi dar atenção a uma pessoa por quem tenho um carinho muito especial e que acreditei ser recíproco, acabei escutando que eu a sufoco?!? Tem gente que parece que faz questão de afastar as pessoas...

Até o dia em que ela me disse essa pérola, tudo ia bem. Mandávamos mensagens meigas uma para a outra, ela me ligava pra contar como foi a tal sustentação oral que ela fez, me mandava mensagem para dizer que já havia saído de tal lugar, pra dizer que ia se f... do dia seguinte, dizia que tinha intuição de que eu ia perder a hora e me ligava cedo pra me acordar, enfim, sempre se fazia presente. Ligava até pra saber se eu a estava esperando para almoçar. Aí, um dia, sem mais nem menos, só porque eu pedi sua companhia para comer um salgado na saída do escritório, o ser humano surta e diz que eu a sufoco! Helloooooooooo, quem é que liga pra mim? Quem é que me manda o passo-a-passo do dia? Quem é que traz suco de pêssego porque eu gosto?!? Hein?!?

Realmente, chego a conclusão de que quem trabalha na Paulista não bate bem da bola. Só espero não chegar a esse ponto. Mas eu sinceramente duvido que algum dia eu cometa a barbaridade de falar tamanha abobrinha para alguém. Eu posso até pensar, mas falar, jamais. É uma expressão muito forte que pode magoar demasiadamente alguém, assim como eu fui magoada. Não posso acreditar que depois de tudo o que falamos uma para a outra, ela tenha sido capaz de me machucar a tal ponto e sequer sentir remorso. Hoje não trocamos uma palavra uma com a outra além do meu bom dia. Enfim, tá na cara que não era amizade.

E eu agora serei assim. Dura como um cubo de gelo. Assim eu só derreto com calor. E se me tratar com frieza, eu ficarei mais dura.